25 setembro, 2009

Sobre a Escrita e a Oralidade

Palavra. Escrita. Registro. A cultura escrita possibilitou à comunicação uma vida longa. Marca de um pensamento, de um sentimento, de uma estória, uma História, uma idéia.
Mais do que a fronteira do tempo, a escrita, ao poucos, ultrapassou a geografia. Lemos Marx, Shakespeare, Lispector. Alemanha. Inglaterra, Ucrânia. Uma viagem de narrativas e uma verdadeira troca de experiências. Embora a presença física que existe na oralidade e que, realmente, permite a troca do momento não esteja presente na escrita, poder ter acesso a registros de diversas partes do mundo é uma conquista para a humanidade.
São registros que memorizam determinadas realidades e contextos e que, mais adiante, servirão de fonte de conhecimento, sobretudo histórico. Registro de guerras, navegações, exílios. Algo que pode caminhar em diferentes espaços e tomar diferentes rumos, bem como mudá-los.
Além disso, a ausência do autor no momento da leitura faz do leitor um outro autor, capaz de imaginar e atribuir àquelas palavras escritas um sentido particular. Não há uma relação direta entre quem envia e quem recebe a mensagem. Há, portanto, um intervalo entre a produção e a recepção do conteúdo escrito, num processo em que a mediação humana cede espaço para as páginas, por exemplo.
Esse distanciamento permite uma apropriação mais livre do que está sendo lido. O leitor pode recorrer à leitura em diferentes momentos, tendo a opção de ler, reler, revisar, diferentemente do que acontece numa conversa; num, popularmente falando, “bate papo”, em que a mensagem é recebida diretamente.

Andressa Lacerda e Érika Xavier

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