13 outubro, 2009

Sobre os efeitos

Walter Benjamim abordou muito bem a questão da reprodutibilidade técnica e os seus desdobramentos. A massificação das obras de arte com o advento da reprodução técnica não só alterou o acesso, o contato e as formas de apropriação das obras, como provocou uma mudança na percepção de arte que a sociedade tinha. O afastamento da “aura” e do momento único da obra, em decorrência desse cenário, são marcas de um novo olhar em relação à arte, que passa, então, a ser valorizada conforme a sua exposição e ao seu acesso - Benjamim conceitua isso como “valor de exposição”. À luz dessas idéias, é interessante pensar, a partir do texto de McLuhan, “Rádio, O Tambor Tribal”, os efeitos do rádio na sociedade. O rádio, além de aguçar os sentidos humanos e afetar o ouvinte, quase que pessoalmente, possui uma grande capacidade de envolvimento, não só individual “quando ouço rádio, parece que vivo dentro dele (...)”, pg. 338, como coletivo (daí a sensação de transformar o mundo em uma aldeia global). Ele, portanto, capaz de atingir a letrados e não letrados, não de forma semelhante, “para estes, o rádio é absolutamente explosivo (...)” pg.337 carrega consigo um poder comunicativo oral poderoso. Um bom e conhecido exemplo disso, é a importância do rádio em campanhas e regimes políticos, inicialmente com Hitler. No Brasil, temos que exemplo do governo de Getúlio. Dessa forma, o rádio, chamado de tambor tribal por McLuhan, foi e continua sendo mais do que um instrumento informativo. É também interativo e altamente persuasivo.


Grupo: Érika Xavier e Andressa Lacerda

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